A auto liderança antecede a liderança


O telefone toca de forma ensurdecedora e o setor se desdobra para realizar as demandas administrativas do expediente, entre um atendimento telefônico e outro. Paloma, uma jovem estagiária, recém-contratada para reforçar a equipe, realiza seus primeiros atendimentos telefônicos. Certamente ainda com muitas dúvidas a respeito dos serviços oferecidos e sentindo aquele incomodo natural dos primeiros dias de trabalho. Mantinha-se centrada, presente, anotando cada orientação passada por uma funcionária mais experiente que sairia de férias no mês seguinte. Em dado momento o telefone toca e ela encontra-se em meio a uma operação que exigia foco redobrado, tendo em vista possíveis dificuldades para correção, caso algo saísse errado.

Ela respira fundo, atende educadamente o telefone e pede um instante. Retoma a operação em questão, finaliza e em seguida continua conversando ao telefone com a maestria de uma profissional experiente.
Paloma é aluna do curso superior de administração de empresas e tenho a convicção de que no futuro será uma excelente líder! Muito embora jovem e iniciando sua vida profissional, já pratica a auto liderança.
Conversando com Paloma em outra ocasião, falei a respeito da percepção que ela passa através da sua atitude extremamente profissional e aproveitei para investigar o combustível interno que a faz liderar tão bem a si mesma.
Eis a descoberta – vontade.  Não a “vontade” esvaziada de significado e preguiçosa, mais a vontade que se manifesta primeiro como uma firme decisão, seguida de perseverança e constância.  Descobri que Paloma mantem o que um amigo denominou “foco no foco” e isso a mantem centrada, firme e avançando dia a dia. Acima de tudo, ela sabe que pessoa deseja se tornar.

Muito se tem produzido a respeito de liderança nos últimos tempos, desde as ditas “fórmulas mágicas” a conteúdos, dependendo do contexto, mais sérios e úteis. No entanto, a meu ver, pouco se tem escrito a respeito de ser líder de si mesmo. Muito foco nas variáveis externas, pouco foco nos elementos internos para falar de resultados, ou da ausência de resultados. Muito barulho, emoção, auditórios lotados aplaudindo esse ou aquele “guru” que apresentará o novo “pulo do gato”. Normalmente, uma semana depois o “balão inflado” já está vazio novamente se debatendo para driblar as circunstâncias no ambiente corporativo.

Pense - se você é confuso ou pouco claro sobre o que é mais importante para sua vida, seu departamento ou seu negócio, como você pode esperar que alguém ao seu redor te autorize a liderá-lo?
Você também pode ter um “cargo no alto escalão” e nem por isso ser respeitado, caso liderança pra você seja simplesmente maximizar a eficiência das pessoas, levá-las a cumprir metas e gerar resultado. Tudo isso e muito mais será consequência da conquista da autorização para liderá-las, que é um caminho a ser percorrido envolvendo disciplina, erros, acertos e principalmente a vontade que move a estagiária Paloma, composta de firme decisão, seguida de perseverança, ou sejafazer sempre, e constância, que é lembrar porque está fazendo o que decidiu fazer para não entrar na mecanicidade.

Dependendo daquilo que te motiva, você poderá optar pelo método “infla balão”, que nada mais é que uma fábrica de pessoas débeis, ou poderá fazer a jornada além da eficiência, além do cumprimento de metas, ser transformado e ao mesmo tempo ser instrumento de transformação na vida daqueles que te autorizaram a liderá-los.

Forte abraço,
Cida

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